Galeria Vera Cortês inaugura exposição da dupla brasileira Detanico Lain

17 março, 2025

A Galeria Vera Cortês tem o prazer de anunciar Jardim Infinito, uma exposição de Angela Detanico e Rafael Lain.

A exposição marca o regresso da dupla brasileira a Portugal e representa uma oportunidade para conhecer a sua prática e séries recentes fundamentais. Nomeados para o Prix Marcel Duchamp em 2024, representantes do Brasil na Bienal de Veneza em 2007 e com exposições individuais no Palazzo Vecchio, Jeu de Paume e Museu Coleção Berardo, os artistas, sediados em Paris, continuam a questionar, nesta mostra, o papel da linguagem e o seu lugar simbólico e físico na sociedade.

Na Galeria Vera Cortês, Detanico / Lain apresentam três séries distintas, onde a linguagem revela a sua dupla função: tanto como ferramenta de comunicação, como instrumento de leitura e questionamento de diferentes culturas. Oscilando entre tecnologia rudimentar e avançada, as suas obras assumem formas diversas, incluindo texto, imagem, animação, som e instalação.

A exposição inaugura na quinta-feira, 20 de março, entre às 20h e às 22h fica até o dia 03 de maio de 2025. 

Sobre a Exposição

Se o céu é o primeiro livro, as estrelas são as primeiras letras. Nele cabem todas as ideias, todos os desejos, todas as memórias. O céu pode conter todas as palavras que possamos imaginar.

Giordano Bruno, filósofo e poeta italiano, leu no céu a infinitude do universo. No que os seus olhos viam, escutava a sua imaginação: conhecer é observar e criar. Em 1584, publicou Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos. O seu pensamento ilimitado abriu novas perspetivas na cosmologia e na história das ideias.

Em Infinito, cada céu é uma página do livro de Bruno. Sobre o fundo negro, as letras já não se distinguem, fundindo-se na perspetiva do espaço. Apenas algumas, brancas, brilham como estrelas, escrevendo em diferentes constelações, desenhando, em suma, o infinito.

Um jardim é um microcosmo, com ritmos, regras e tempos. Dentro dos seus limites, projetamos o que não está lá. Ondas sobre as rochas, mares na lua. Chuvas leves sobre a superfície mineral. O solo seco torna-se um mar imaginário. Gotas de luz caem sobre um alfabeto invisível, escrevendo os nomes de mares que, sem nunca terem existido, definem o mapa. Serenitatis, Tranquilitatis, Insularum, Vaporum… A toponímia lunar, espelho da Terra e dos seus humores. Se podemos ler o mundo, é porque o mundo pode ser lido. Como as flores no jardim, dispostas em letras definidas pelo hábito de contar e classificar. Seis disposições de letras, sussurrando COSMOS em ordem, aqui alfabética. Kalistos cosmos, diz Heraclito, a ordem mais bela, a ordem do mundo.

Sobre Angela Detanico e Rafael Lain

Angela Detanico e Rafael Lain exploram a compreensão e a representação da realidade através da linguagem, dos códigos e dos sistemas visuais. Movendo-se entre texto, som e imagem em diferentes meios, eles propõe novas formas de tradução. Recorrem a uma ampla variedade de fontes, incluindo a história das ideias, a astronomia, a história da arte, a filosofia e a literatura, levando à criação de esculturas, instalações, textos, performances e desenhos, com o objetivo de propor novos processos para a construção de significado através das formas artísticas. A experiência e a conceptualização do tempo surgem como um tema central na sua investigação.

O seu trabalho foi apresentado em diversos países e locais, como o Centre Pompidou, o Palais de Tokyo e o Grand Palais (França); o Moderna Museet (Suécia); o CCS Bard Hessel Museum (EUA); o Mudam (Luxemburgo); o Museu Nacional de Arte Contemporânea (Grécia); o ICC (Japão); o Laboratorio de Arte Alameda (México); o Malba (Argentina); e o Henry Moore Institute (Inglaterra).

Participaram em várias exposições internacionais, incluindo a 3ª Media City Seoul, a Echigo-Tsumari Art Triennial 2006, a 10ª Bienal de Havana e as 26ª, 27ª e 28ª Bienais de São Paulo. Realizaram exposições individuais no Jeu de Paume, no Musée de l’Abbaye Sainte-Croix e no Musée Zadkine (França), no Museu Coleção Berardo (Portugal), na Fundação Iberê Camargo e no Museu de Arte da Pampulha (Brasil).

Em 2004, receberam o prémio Nam June Paik, na Alemanha, e, em 2007, representaram o Brasil na 52ª Bienal de Veneza.

São autores de várias obras de arte pública, incluindo uma instalação permanente para o Institut de Physique du Globe, em Paris, e uma peça encomendada pelo Museu do Louvre para o seu novo Centro de Conservação em Liévin.

Em 2024, foram nomeados para o Prix Marcel Duchamp.

Mais informações:

www.veracortes.com

R. João Saraiva 16, 1º | 1700-250 Lisboa, PT

(+351) 213 950 177

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